ROCHAS CAPIXABAS

A História do Setor das Rochas no Espírito Santo

Poço de captação de água (atual Palácio Anchieta)
Colégio de São Tiago

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, temos na história do Espírito Santo, o uso das rochas capixabas nas construções. O arquiteto e mestre de cantaria português Luís Días, traz para o Brasil, em meados do século XVI, a técnica denominada cantaria, que consiste em talhar blocos de rocha bruta transformando em peças para utilizar nas construções; esta se propagou através principalmente das missões jesuítas, e fez os colonizadores no Espírito Santo também usufruírem das rochas existentes em solo capixaba desde então. Na capital do Estado, temos a construção no século XVI da Igreja de São Tiago e do Colégio dos Jesuítas onde encontramos estes trabalhos de cantaria em rochas nas pias e no próprio poço de captação de água potável, o local hoje é a sede do governo estadual e foi denominado de Palácio Anchieta.

Palácio Anchieta, Vitória/ES

Em 1902, a pedido da Sra. Henriqueta Rios de Souza (viúva de Francisco de Souza Monteiro), foi produzido um relatório geológico sobre a Fazenda Monte Líbano (terra que compôs o dote para seu casamento e foi transformada em uma próspera fazenda por seu esposo). Os Engenheiros de Minas Luiz Domingues e Fl. Von Varenberg d’Egmaud contratados para realização do estudo, citam em suas análises:

Fazenda Monte Líbano em Cachoeiro de Itapemirim (1910)

“Nessas excursões e experiências que duraram uma semana, nesse logar tivemos a ocasião de estudar, superficialmente é verdade, as rochas que se encontram nessas paragens: entre elas achamos grés e uma pedra eruptiva que vulgarmente chamam smeril…. Outras rochas são calcárias e delas fazem a cal; esta calcária é antes mármore branco, e nossa opinião no caso presente é que esses mármores têm mais valor do que reduzi-las à cal”

“Tendo alcançado nosso fim nesse lugar, …. notamos que grande parte de seu leito é formado por um banco de mármore branco magnífico”

Dr. Hussak, outro pesquisador também contratado, destacou que encontrou: “rubis, topázios, grenats, spinelles, ametistas, disthenes, zircônio, rutile, almeondines, tormalinas pretas e verdes, estas muito raras – todas muito pequenas para serem lapidadas”.

Este relatório foi publicado na época no jornal O Cachoeirano, e com isso a Sra. Henriqueta Rios de Souza passa a fazer parte da história das rochas capixabas com sua atitude de publicar um relatório que vem a ser o primeiro indício de perspectiva de uso do mármore branco capixaba enquanto rocha, deixando para todos um exemplo de empreendedorismo e de busca pelo progresso.

Jornal “O Cachoeirano” da época, com a publicação do relatório geológico, citando “esses mármores têm mais valor do que reduzi-las à cal”

Poucos anos depois, o governador Jerônimo Monteiro, filho da Sra. Henriqueta Rios de Souza, seguindo os passos de sua mãe, na busca pelo progresso, inaugura  especificamente no ano de 1909, a Usina Fruteiras em Cachoeira Alta, com as águas do Rio Fruteiras que correm em grande parte sobre as rochas de mármore branco da região; com a energia gerada, Cachoeiro alcança um expressivo progresso, vindo a ter um parque industrial de produção com inúmeras indústrias, como as fábricas de tecido e de papelão, destaque para a fábrica de cimento, adquirida em 1911 pelo referido governador, com maquinário importado da Alemanha, que utilizou como matéria-prima o próprio mármore branco para compor o considerado na época, melhor cimento do Brasil, foi montada próximo a Igreja Matriz de Cachoeiro de Itapemirim, vindo a funcionar neste local até 1961, quando então é transferida para sede da Fazenda Monte Líbano, na área que fora o quinhão da Sra. Henriqueta Rios de Souza, funcionando até hoje como grande produtora de cimento. Importante registrar que, esta mesma usina que permitiu esse expressivo progresso, décadas depois de inaugurada, permitiu também o desenvolvimento do setor de rochas ornamentais na região, conectando assim mais uma vez a Família Monteiro ao progresso do setor de rochas ornamentais, como será escrito adiante.

As fotos abaixo mostram a fábrica de cimento da época, e o sistema de caçambas suspensa que levava a matéria-prima calcita (legítimo mármore branco capixaba) da Fazenda Monte Líbano até a Fábrica de Cimento, num trajeto de cinco quilômetros, que demandava pouco mais de trinta minutos. O conjunto era composto por 48 torres de madeira e 60 caçambas que transportavam 350kg cada de calcário (mármore branco), eram suspensas por cabos de aço com sistemas automáticos de carga e descarga (sistema produzido pela mesma equipe que realizou o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro).

Fabrica De Cimento de Cachoeiro de Itapemirim
Sistema de embarque de pedras para a fábrica de cimento

 

 

 

 

 

 

 

 

Importante ainda citar, que no Governo de Jerônimo Monteiro, o Bispo da época era Dom Fernando de Souza Monteiro (também filho da Sra. Henriqueta Rios de Souza e irmão do Governador), e juntos, coordenaram grande remodelação entre 1908 a 1912, incluindo a própria Igreja de São Tiago no projeto de ampliação do que hoje é o Palácio Anchieta, nestes trabalhos houve a incorporação de escadaria revestida de mármore e vários ornamentos também em mármore, projetados pelo engenheiro Francês Justin Norbert, em homenagem a Bárbara de Souza Monteiro (também filha da Sra. Henriqueta Rios de Souza e mãe do futuro Governador Carlos Fernando Monteiro Lindenberg), neste sentido, temos a valorização do mármore como meio de expressão de dons artísticos e de sofisticação em um projeto, provando mais uma vez que a Sra. Henriqueta e sua família tem papel histórico na consolidação do setor de rochas no Estado do Espírito Santo. Nesta mesma época, a Igreja Nossa Senhora da Misericórdia, localizada em frente ao Palácio Anchieta, foi transformada no Palácio Domingos Martins, para atender o poder legislativo da época.

Jerônimo Monteiro acompanhado pelo irmão, Bispo Diocesano Dom Fernando em frente à Catedral de Vitória

Em 1917, na localidade de São João do Oriente, distrito de Jaciguá, o português Tibúrcio com seu filho Justino Tibúrcio, realizaram extração de blocos de mármore branco e montaram um pequeno tear de madeira, porém, não há registros da perpetuação destes trabalhos.  Em 1918, temos notícia da primeira marmoraria em Cachoeiro, de propriedade de Waldemar Alves Tavares, denominada Marmoraria Itabira, trabalhando placas vindas do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Portugal e da Itália. Em 1920, temos a instalação da segunda marmoraria em Cachoeiro, de propriedade do português Sr. Joaquim Bernardino, que juntamente com seu filho Eduardo, iniciam na mesma época, a exploração do mármore em região próxima a Jaciguá, e se deparam com a dificuldade logística, que foi resolvida pelo prefeito da época Luiz Tinoco da Fonseca, que conseguiu junto a Ferrovia Leopoldina Raylway, a construção de um ramal com parada em Boa Esperança, o que permitia a embarcação dos blocos rochosos; em 1922, eles montam o primeiro tear de serragem de mármore próximo a extração, porém, após alguns anos, temos o fim dessas atividades, e mesmo com toda logística disponível e com a ligação com o Rio de Janeiro, podendo até escoar a produção para o exterior, não lograram êxito, mantendo adormecida a exploração do mármore capixaba por décadas em diante. Até aquele momento, os registros históricos mostram que o mármore extraído na região de Cachoeiro foi na grande maioria utilizado como arte funerária, não alcançando assim o progresso do setor.

Escadaria Maria Ortiz revestida em granito

Florentino Avidos, genro da Sra. Henriqueta Rios de Souza, foi o engenheiro que dirigiu em 1902 a construção da primeira usina hidrelétrica do Estado, localizada em Cachoeiro de Itapemirim, na Ilha da Luz. Em 1924, já como governador, nomeia a ladeira por onde no século XVII os holandeses caminhavam durante a invasão a baía de Vitória, denominando a mesma de Escadaria Maria Ortiz, pelos feitos da jovem capixaba de com tachos de água fervente conseguir defender o Estado da invasão holandesa na época, a escadaria hoje é ponto turístico da capital e ao longo de suas reformas, está atualmente com seus degraus revestidos em granito capixaba. O monumento próximo ao Palácio Anchieta em homenagem também a Maria Ortiz, todo em mármore e com engrenagem em mármore em sua base, é símbolo da importância desta jovem que evitou o domínio holandês em território capixaba, e nesta escultura é homenageada pela indústria do mármore e mostra mais uma vez a ligação da Família Monteiro ao setor de rochas.

Em 1922, quando tem início a obra do Cristo Redentor, a fábrica de cimento de Cachoeiro de Itapemirim estava em franca atividade e se destacava como única do país neste contexto, o que nos leva a crer, que o Cristo além de estar fincado em uma montanha rochosa e ser todo revestido externamente de rocha ornamental pedra sabão, era também estruturado com cimento feito a partir do genuíno mármore branco capixaba. Mostrando assim, que o Cristo Redentor está também ligado as montanhas de mármore de Cachoeiro de Itapemirim.

Até os idos de 1957, temos portanto algumas tentativas pontuais de extração e serragem do mármore, porém, nenhuma logrou êxito, por perdurarem por períodos finitos e por não terem gerado o progresso na região. A partir de 1957 o setor apresenta ao longo das décadas seguintes, contínuo e pujante progresso, e eu, Araciene Scaramuzza Pessin, me insiro neste contexto, pois contar a história desse desenvolvimento é também contar a história de minhas próprias origens, e é um dos pilares do meu trabalho, valorizar e prospectar essa história.

Em julho de 1958, na “Revista de Cachoeiro”, o jornalista Joel Pinto publicou a seguinte matéria: “Um dia em julho de 57, o primeiro caminhão transportou de Cachoeiro para capital da República o primeiro bloco de mármore, simbolizando a nossa mensagem de boa vizinhança e progresso. De tal dia em diante, Prosperidade ganhou prestígio. Não era somente um lugarejo: era mais. Era a terra do mármore branco. Mármore que, hoje, se constitui em sangue de desenvolvimento, alicerçando a nossa economia e proporcionando aos filhos de Cachoeiro um motivo novo de orgulho natural e justo”. Temos então em 1957, nas terras do italiano Luigi Scaramussa (meu bisavô), o marco inicial da história do setor de rochas ornamentais capixaba gerando expressivo progresso e contínuo crescimento do setor até os dias atuais.

Um grupo de mineradores juntamente com Horácio Scaramussa (sobrinho de Luigi Scaramussa), realizaram a extração do primeiro bloco de mármore em Prosperidade, sendo destinado a uma empresa no Rio de Janeiro.

 

 

Horácio Scaramussa na jazida de mármore branco que marca o início do progresso de nosso setor

 

 

Primeira pedreira de mármore em Prosperidade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Horácio Scaramussa juntamente com Og Dias, Orlando Lopes e Silvio Fernandes, formaram parceria que permitiu que o mármore branco fosse explorado e comercializado. Num primeiro momento lavraram o mármore na pedreira denominada pedreira A, em seguida, são estabelecidas também a pedreira B e a pedreira C, neste período, inúmeras histórias foram se desenrolando em meio as tradições e a fé destes imigrantes italianos, como o momento em que Estevão Marcelino Scaramussa (filho de Luigi Scaramussa, administrador das propriedades da família e hoje meu avô), pediu como arrendatário das áreas de extração, que no dia de Santa Bárbara, em respeito ao dia Santo, a pedreira não funcionasse (só existia a pedreira A neste período), ignorando a recomendação do arrendatário, todos trabalharam e foram surpreendidos com um temporal que derrubou o barracão e o pau de carga, impedindo a continuação imediata dos trabalhos; diante do ocorrido, criou-se um impasse, pois a pedreira necessitaria de novos investimentos para ser remontada e do outro lado a família arrendatária se posicionava defendendo o respeito à tradição católica de guardar os dias Santos. Silvio Fernandes, um dos mineradores, que residia no Rio, se deslocou imediatamente para Cachoeiro e um táxi trouxe, a pedido dos mineradores, Estevão Marcelino Scaramussa para um hotel em Cachoeiro para uma reunião.

 

 

A conversa culminou com a aceitação do pedido de Estevão Marcelino Scaramussa, que se redigisse um documento no qual se comprometeriam a respeitar os dias Santos, e assim, poderiam prosseguir normalmente nas atividades. No mesmo instante seguiram para Prosperidade, levando consigo o Tabelião João Cunha, do Cartório de Vargem Alta. Chegando na residência de Estevão Marcelino Scaramussa em Prosperidade, estava sua família, na época composta pela esposa Lilia Dan Scaramussa e mais quatro filhos, inclusive a mais nova, de um ano de idade, era Lucilene Maria Scaramussa, hoje minha mãe, e na presença de todos foi assinado por Silvio Fernandes o documento no qual os mineradores se comprometem a “impedir os serviços e trabalhos nos dias de domingo e também nos dias santificados de guarda”, o registro em Cartório apresenta a data de 13 de maio de 1958, e a história do início do setor de rochas no Espírito Santo é marcada pelo respeito a tradição católica e pela fé dos imigrantes italianos que se estabeleceram em Prosperidade.

Usina Fruteiras sendo visitada por empresários do setor na época de sua remodelação para garantir energia para os processos de beneficiamento do mármore capixab

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 1960, a já citada Usina Fruteiras em Cachoeira Alta, passou por remodelação para atender o setor de rochas capixaba na extração e serragem dos blocos de mármore branco. O registro fotográfico desta implementação com a presença do Sr. Antônio Dias da Silva, diretor da empresa Silva Areal, minerador também da época, é prova latente de que o setor ansiava por este incremento para avançar nos processos de extração e serragem da época, e em contra partida, podemos também afirmar que, mais uma vez o setor está ligado a Família Monteiro, pois o governador Jerônimo Monteiro durante seu mandato,  inspirado por esta mãe visionária, monta a Usina Fruteiras, permitindo décadas depois, que o setor alcançasse o progresso dos processos de extração e beneficiamento do mármore.

Outra história importantíssima destas três primeiras pedreiras é a especificação do magnífico mármore capixaba, pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, no revestimento dos edifícios cívicos de Brasília, fato que impulsionou o uso de forma exponencial do mármore capixaba, e abriu portas para que outros especificadores também escolhessem o mármore branco em seus projetos; estar na nova capital do país gerou grande prestígio para o mármore branco capixaba e permitiu o rápido crescimento do setor. Fato importante também de trazer a este histórico, é a inauguração de Brasília em 1960, com mármore branco e simultaneamente o mesmo mármore branco capixaba estar presente também na construção da Igreja Nossa Senhora da Consolação em Cachoeiro de Itapemirim, no revestimento das abobadas dos três altares existentes neste projeto e inaugurada no mesmo período que a capital federal.

Neno Deprá junto ao primeiro tear de serragem dos blocos de mármore extraídos em Prosperidade

Em 1963 temos o funcionamento do primeiro tear para serragem do mármore em Prosperidade, sendo de Horácio Scaramussa e seus sócios, posteriormente este tear foi vendido para o empresário Arthur Angelo Lopes Deprá (Neno Deprá), e atualmente foi adquirido por Aremildo Pessin, meu pai, que o tem com estimado apreço, como símbolo do início do progresso de nosso setor de rochas ornamentais. O referido tear já foi exposto no Parque de Exposições durante a Feira do Mármore em Cachoeiro de Itapemirim de 2009, e permanece em exposição fotográfica no Museu de Ciência e Tecnologia de nossa cidade. Importante destacar também que Horácio Scaramussa recebeu inúmeros reconhecimentos públicos pelo pioneirismo em lavrar o mármore nas montanhas de Cachoeiro de Itapemirim.

Em 1973 temos outro capítulo histórico do setor, a fundação do Sindicato Patronal Sindirochas, que teve como um de seus objetivos, equacionar o problema do monopólio da Vale do Rio Doce, que detinha os direitos minerais de grande parte do mármore da região. O sindicato, mostrando a força do empresariado e o desejo de avançarem no progresso das extrações, logrou êxito e conseguiu a liberação das extrações do mármore branco para o empresariado da região. Um década depois, 1983, já tínhamos 149 empresas no setor, demonstrando que as investidas de 1957 geraram progresso contínuo na região.

Aremildo Pessin sendo agraciado com a Comenda Jerônimo Monteiro pelo Governador Albuíno Azeredo

Na sequência o setor se expandiu para as jazidas de granito presentes em todo o Estado do Espírito Santo, e em 1989 significativo avanço se dá com a aquisição por parte de Aremildo Pessin, meu pai, da primeira linha do Estado do Espírito Santo, de produção de piso de granito com espessuras a partir de 1,3 cm; exposta na primeira Feira do Mármore e Granito ocorrida no mesmo ano, o maquinário ficou sobre carretas de nossa empresa familiar e trouxe significativo avanço para as rochas capixabas que passaram a ser utilizadas em larga escala no revestimento de todo tipo de construção no país. Em 1993, diante da expansão das jazidas de granito e mármore em toda região, temos o registro de 568 teares em funcionamento no Estado do Espírito Santo, representando 42,07% do parque industrial brasileiro, e demonstrando o milagre econômico da indústria da pedra e o quanto ela com isso se projetou para o mundo. Ainda em 1993 temos a inauguração da Casa de Pedra, obra também de Aremildo Pessin, meu pai, que inovou e trouxe ao setor inúmeras possibilidades de aplicação das rochas ornamentais, Aremildo recebeu inúmeras honrarias e prêmios pelos feitos e até os dias de hoje a Casa de Pedra é estudada e utilizada como referência para aplicabilidade das rochas.

O setor seguiu evoluindo e se modernizou com tecnologia nas extrações e nas indústrias, e hoje, o Brasil, a partir de Cachoeiro de Itapemirim, com um mármore branco de beleza inigualável, se consagra com a maior diversidade de rochas do mundo e o Espírito Santo como o principal e maior Estado produtor e exportador de rochas ornamentais do Brasil.

A ousadia e a coragem dos empresários que atuaram no final da década de 50 e nas décadas de 60, 70 e 80 no setor, desbravando não só as montanhas, mas a carência de tecnologia, a escassez de recursos financeiros, as legislações que criam obstáculos ao progresso, os entraves logísticos, e os inúmeros momentos econômicos desafiadores, fizeram do setor ser o que é hoje, um setor forte, construído por homens de muita fé que desde o início, na primeira extração do mármore, demonstraram sua grandeza cristã, homens que tinham o ideal de extrair e desdobrar as rochas ornamentais trazendo mais possibilidades para as construções e gerando mais riqueza para o país.

Mineração e Meio Ambiente – IBRAM, 1992

A publicação “Mineração e Meio Ambiente”, do IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração em 1992, traz uma afirmação que é a mais pura expressão dos anseios dos que mineram, são encantados com as rochas e tem convicção de sua importância para humanidade: “Minerar sim, pois os bens minerais são essenciais à qualidade de vida almejada pela humanidade e à própria sobrevivência: mas fazê-lo com permanente atenção e todo cuidado no que respeita ao meio ambiente”. Neste contexto, podemos crer que o progresso dos últimos 60 anos do setor de rochas capixaba construído a partir da bravura de seus pioneiros, gerando uma incontável gama de rochas para ser utilizada nas mais diferentes aplicações, permitiu ao Espírito Santo o reconhecimento mundial que tem hoje nosso setor.

As referências bibliográficas abaixo seguem não apenas como menção necessária, mas como verdadeiro reconhecimento pelos registros de nossa história, que me permitiram hoje recontar e compreender nossas origens, meu apreço por todos os autores aqui citados. Minha gratidão em especial ao meu pai Aremildo Pessin, autor também de livros sobre o setor, pelo incentivo, pelo exemplo de fé e de empreendedorismo, que me inspiram e me fazem continuar avançando no caminho das pedras.

Araciene Pessin

Referências Bibliográficas:

PESSIN, Aremildo Antônio. Mármore e Granito: História e Atualidade. 1ª ed. 109 p. Cachoeiro de Itapemirim: Artigraf, 1993.

ADIVERCI, Jurandry. A Nova Meca do Mármores. 1ª ed. 120 p. Vila Velha: EGRUL – Editora Guia de Ruas Limitada, 1983.

MACIEL, Manoel Gonçalves. Voltando ao Cachoeiro Antigo. 1ª ed. 397p. Cachoeiro de Itapemirim: Gracal Gráfica e Editora.

ROCHA, Levy. Viajantes Estrangeiros no Espírito Santo. 1ª ed. 190 p. Brasília: Editora de Brasília, 1971.

SABADINI, Claudia; GRILLO, José Marcelo; GOMES, Fernando Carvalho. Rochas do Espírito Santo: 60 anos fazendo história. 1ª ed. 215 p. Cachoeiro de Itapemirim: Editora Cachoeiro Cult, 2019.

GASPARINI, Almícar. Os Italianos: História Real nas Paisagens de Cachoeiro de Itapemirim (hoje Vargem Alta), de Alfredo Chaves e de Domingos Martins. 1ª ed. 345 p. Vitória: Fundação Biblioteca Nacional, 2003.

MONJARDIM, Adelpho Poli. Vitória Física (Geografia, História e Geologia). 2ª ed. 108 p. Vitória: Secult/PMV, 1995.

COSTA, Izabel Lacerda Salciano da. Cachoeiro suas Pedras, sua História. 1ª ed. 242 p. Vitória: Sagraf, 1991.

ROCHA, Levy.  Crônicas de Cachoeiro. 1ª ed. 111p. Brasília: Gelsa, 1966.